16 setembro 2016





A importância do controlo sobre o petróleo foi compreendida pela primeira vez durante a Primeira Guerra Mundial. Nessa época, a Grã-Bretanha era a maior potência mundial e controlava grande parte dessa região. No entanto, depois da Primeira Guerra a Grã-Bretanha não teve suficiente poderio militar para controlar a região mediante uma ocupação militar directa. Havia entrado em declínio, até ao ponto de já não poder fazê-lo. De maneira que recorreu a outros meios. Um foi o uso de poder aéreo, e também dos gases tóxicos, considerados a máxima atrocidade nessa época. O seu adepto mais entusiasta foi Winston Churchill, que apelou para a utilização de gases tóxicos contra os curdos e os afegãos.
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Juntamente com a componente militar do controlo, também houve arranjos políticos, que de alguma maneira persistem. Durante a Primeira Guerra Mundial, o Colonial Office britânico propôs e depois aplicou um plano para construir o que apodaram de «fachada árabe»: Estados fracos e acomodatícios que administrariam as populações locais, em última instância sob controlo britânico, no caso de perderem o controlo. Nessa época a França também se envolveu era uma potência bastante importante e da mesma forma que os Estados Unidos que, ainda que não fossem uma potência dominante nos assuntos mundiais, eram suficientemente poderosos para participar de algum modo nessa actividade. Os três concluíram o acordo da Linha Vermelha, em 1928, em que dividiram as reservas de petróleo do Médio Oriente entre as três potências. Quem estava visivelmente ausente eram os povos da região. Mas esta era controlada pela fachada, com a força bruta sempre pronta a entrar em acção. Esse foi o arranjo básico.
Iraque Assalto ao Médio Oriente - Noam Chomsky

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