31 outubro 2015

Marina Troncalhada, Aveiro wiki

A primeira, o islão, absorveu e desenvolveu inicialmente o conhecimento e os métodos dos povos conquistados. Durante o período de que nos estamos a ocupar (1000 a 1500 em números redondos), o domínio muçulmano ia desde a extremidade ocidental do Mediterrâneo até as Índias. Antes disso, desde cerca de 750 até 1100, a ciência e a tecnologia islâmicas superavam largamente as da Europa, que precisava de recuperar a sua herança, o que fez, em certa medida, através dos contactos com muçulmanos em áreas fronteiriças, como, por exemplo, a Espanha. O islão era o professor da Europa.
Mas, a partir de certo momento, as coisas enveredaram por um caminho errado. A ciência islâmica, denunciada como herética por fanáticos religiosos, submeteu=se à pressão teológica exercida em nome do conformismo espiritual. (Para pensadores e pesquisadores, isso podia ser uma questão de vida ou de morte.) Para o islão militante, a verdade já tinha sido revelada. O que levava de volta a verdade era útil e permissível, tudo o resto era erro e fraude“. O historiador Ibn Khaldiín, conservador em matérias religiosas, mostrava-se consternado com a hostilidade muçulmana ao conhecimento:
Quando os Muçulmanos conquistaram a Pérsia (637-642) e se lhes deparou uma quantidade indescritivelmente grande de livros e estudos científicos, Sa’d bin Abi Waqqas escreveu a Umar bin al-Khattab a pedir-lhe permissão para os distribuir como retribuição entre os Muçulmanos. Nessa ocasião Umar escreveu-lhe: «Atire-os à água. Se o que contêm for uma orientação certa, Deus já nos concedeu melhor guia. Se for errada, Deus ter-nos-á protegido contra isso.»
A Riqueza e a Pobreza das Nações, David S. Landes

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